O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou, por unanimidade, o relatório que pede a cassação do mandato do deputado estadual Arthur do Val (União Brasil). O colegiado considerou que os áudios divulgados em março, nos quais o parlamentar depreciava a condição de mulheres refugiadas ucranianas, configuram quebra de decoro parlamentar.
O parecer agora segue ao plenário. Para ser aprovado, é necessário que 48 dos 94 parlamentares votem pela perda de mandato. A cassação impede que ele se candidate a cargo público nos próximos oito anos.
Votado em regime de urgência no conselho, a punição foi sustentada pelo relator, deputado Delegado Olim (PP). Foram favoráveis os deputados Enio Tatto (PT), Barros Munhoz (PSDB), Wellington Moura (Republicanos), Erica Malunguinho (PSOL), Campos Machado (Avante), Marina Helou (Rede), Adalberto Freitas (PSDB) e o corregedor Estevam Galvão (União). A presidente do Conselho, Maria Lúcia Amary (PSDB), não votou porque não houve empate.
As acusações estavam em ao menos outras 21 representações de deputados contra do Val, protocoladas por ao menos 40 parlamentares. Olim indicou que a reincidência de Arthur do Val em advertências justifica a punição de perda de mandato.
Em sua defesa, do Val reiterou o pedido de desculpa às mulheres, se disse odiado por não usar a verba de gabinete e o fundo eleitoral, entre outras ações na Alesp, e afirmou que não está sendo cassado por seus defeitos, mas por suas virtudes.
‘Fáceis’
As gravações de um grupo de amigos no WhatsApp foram divulgadas no início de março, quando Arthur do Val estava na Ucrânia representando o MBL. Nos áudios, ele compara a fila de refugiadas à entrada de uma balada, e diz que as mulheres ucranianas "são fáceis porque são pobres".
