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FAZENDA VITÓRIA

Publicada em 23/04/21 às 11:51h - 49 visualizações

Ricardo Sobral, advogado


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FAZENDA VITÓRIA
 (Foto: Cedida)
As coisas não andavam bem na fazenda.
Secas sucessivas prejudicaram a lavoura e a criação.
O proprietário então resolveu ir para o Norte, sonhando enricar na extração da borracha nos seringais.
Corria o ano de 1870.
Deixou esposa e filhos, todos pequenos, uma escadinha de gente.
Foi dolorosa a despedida.
Os meninos agarrados nas pernas do pai; a mulher em pranto; até a natureza manifestou o seu pesar chorando chuva passageira, mas o bastante para apagar a poeira do quintal.
Foi uma cena de cortar coração.
Resoluto, determinado, o varão pegou o navio à vapor e seguiu o destino traçado.
Trinta e dois anos depois, final de 1902, retornou mais liso do que foi, liso em ponto de verniz, matando cachorro a grito.
Chegando na sede da Fazenda não encontrou a esposa, que havia vendido a fazenda, posto que fora dado como morto, pois dele ninguém jamais soube do menor sinal de vida.
O Senhor daquelas terras disse-lhe que havia comprado o imóvel à viúva de Luiz, que retrucou dizendo ser ele o próprio Luiz, que, como visto, não havia morrido, e que saísse de sua fazenda.
Logo o rapapé inicial transformou-se em litígio.
Puxa daqui, puxa dacolá, saiu acordo. Se pagasse a ele o valor da propriedade, retiraria a questão, pois era homem de paz.
Ao comprador foi dado o prazo de dois anos para vaquejar o dinheiro e  efetuar o pagamento.
Na data convencionada, à vara e à remo, já cansado feito coração de assustado, houve a quitação através de moeda corrente, trazida em sacos de lona dentro de um par de caçuás. Nessa mesma data a fazenda ganhou outro nome:  Vitória, também dado à neta mais nova do comprador, nascida no mesmo dia.
Ainda não apurei se a esposa do morto-vivo o aceitou de volta em casa, nem quantos filhos ele deixou no Acre.
Assim, por hora, deixo a cargo da imaginação do leitor a dedução.



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