“Sei que Walter e Carlos Eduardo compreendem que, se fosse pelo meu desejo e pelo meu coração, o candidato ao Senado seria novamente Jean Paul e o vice, Antenor Roberto. Digo isso com toda tranquilidade, vocês sabem que não faço política com demagogia. Faço política com o pé no chão, não tenho ambição pessoal e trabalho pensando em um projeto coletivo”, declarou a governadora Fátima Bezerra (PT), durante o “Encontro de Estratégia Eleitoral 2022”, que referendou a chapa majoritária e a nominata proporcional do partido para as eleições de outubro próximo.
Assim, a majoritária definida é composta por Fátima Bezerra, que tentará a reeleição, tendo ao seu lado o presidente estadual do MDB deputado federal Walter Alves, como vice e, para Senado Federal, foi confirmado o nome do presidente estadual do PDT Carlos Eduardo Alves, que terá como primeiro suplente o atual senador da República Jean Paul Prates (PT). Além desta e da nominata proporcional, foram discutidas as estratégias eleitorais do PT no Rio Grande do Norte.
“O povo quer respostas aos seus problemas. Temos um governo de muitos avanços, que tirou o Estado do buraco, colocou as contas em dia, pagou R$1 bilhão de dívidas com os servidores, recuperou a capacidade de investimento, realizou concursos, conteve o caos que vivíamos na segurança pública, investiu na regionalização da saúde, entre muitos outros legados. Chegar até aqui não foi fácil, mas sabemos que temos muito ainda por fazer. Começamos a arrumar a casa e temos de dar continuidade ao projeto, dessa vez, com Lula presidente”, afirmou a gestora, em entrevista ao AGORA RN, nesta segunda-feira 30.
Para a governadora, nem a atua gestão estadual, nem o pré-candidato à Presidência da República pelo PT acreditam que as divergências se dissiparão por meio simplesmente de uma aliança político-eleitoral. Segundo ela, não há ingenuidade, mas um chamado à união dos que defendem a democracia. “No RN, temos um futuro que já começou. E a aprovação, neste encontro, da chapa com Carlos Eduardo para o Senado e com Walter Alves para vice-governador, é um passo muito importante para seguirmos disputando os rumos da história”, enfatizou Fátima Bezerra.
Natália, Isolda e Brisa votaram contra MDB em aliança
A aliança político-eleitoral do PT com o MDB para a vice-governadoria e o PDT, para o Senado, foi referendada durante o Encontro de Estratégia Eleitoral do PT, mesmo havendo os votos contrários das deputadas federal Natália Bonavides e estadual Isolda Dantas e da vereadora de Natal, Brisa Bracchi.
As três parlamentares votaram contra a indicação de Walter Alves ao cargo de vice-governador. Já para o Senado Federal, embora Carlos Eduardo não seja bem-visto pela maioria petista, ele foi aceito pelos presentes por representar a orientação da governadora, com exceção de Natália, que votou contra ele.
O senador Jean, que será o 1º suplente de Carlos Eduardo Alves, ressaltou a importância da união contra aqueles que promovem “ataques à democracia e ao Estado Brasileiro” e falou em convergência de objetivos e ampliação de alianças. “É hora é de ampliarmos alianças, discursos e pensamentos para nos juntarmos a outras pessoas que se comprometerão com nossa visão de um Brasil renovado e de um Rio Grande do Norte que prossiga no caminho da justiça social”.
Já Carlos Eduardo alinhou-se ao PT nas críticas ao governo Jair Bolsonaro (PL) e salientou a importância de Jean para o sucesso da eleição. “Você é um grande senador, fruto da sua grande atuação no Congresso Nacional, e isso só aumenta a minha responsabilidade. Você vai me ajudar a ser um bom senador pelo Rio Grande do Norte. Eu acho que não tem um candidato a senador neste país que tenha ao seu lado um homem da sua envergadura”, afirmou.
Propostas de resoluções aprovadas pelo PT
Durante o encontro, também foram aprovadas cinco resoluções que orientarão a legenda no pleito de outubro, entre elas, a que validou o projeto de reeleição da gestora e as alianças político-eleitorais com MDB e PDT no Rio Grande do Norte.
A 1ª Resolução é “Unidade para derrotar o fascismo e avançar no RN”, para o primeiro turno. Derrotar a extrema-direita, implementar um programa antineoliberal, transformador, de restauração da soberania nacional e que recoloque a classe trabalhadora, as mulheres, negros e negras, povos tradicionais e a população LGBTQIA+ como protagonistas das políticas públicas do Brasil. “Não vivemos condições favoráveis ou de ofensiva política da esquerda no país, é difícil conseguir sem composições”.
A 2ª Resolução é “Vencer o Senado é necessário” e enfatiza ser necessário compreender a importância da composição na chapa majoritária com PDT que disponibilizou o nome de Carlos Eduardo Alves para a candidatura ao Senado, com o PT na primeira suplência, disponibilizando o nome do companheiro e Senador Jean Paul.
A 3ª Resolução, denominada “Ampliação e aliança para reeleger a professora Fátima”, ressalta a tática que viabilizará o aprofundamento do projeto democrático e popular frente ao governo do Estado, iniciado em 2019, deverá ser através da composição com o MDB, que disponibilizou o nome de Walter Alves para a vice-governadoria.
A 4ª Resolução, “As bancadas petistas e a importância do legislativo”, destaca ser necessário conquistar vagas para deputados estadual e federal, para a representatividade e fortalecimento do PT. “Todas as candidaturas necessitam refletir ao máximo os desejos do povo potiguar, carecendo de total alinhamento ao projeto partidário, encaminha-se para a Comissão Executiva Estadual do PT, as deliberações para a indicação de pré-candidaturas à Federação e, consequentemente, à convenção partidária vindoura”.
Já a 5ª Resolução, “Para continuar mudando o Rio Grande Do Norte: Fátima governadora”, ressalta que a reeleição da gestora é fundamental e que todos os esforços estarão concentrados para conquistar uma vitória política e eleitoral “que viabilize a continuidade de um projeto aliado da classe trabalhadora e dos movimentos sociais, da educação pública, gratuita e de qualidade, defensor do SUS, da agricultura familiar, da cultura, para avançar o desenvolvimento, gerar empregos, olhar para a juventude, combater as discriminações de gênero, raça, orientação sexual, e todas as demais formas de preconceito, opressão e exploração”.
